sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O jogo da amarelinha II - Salteado

Capa também salteada

“O jogo da amarelinha” pode ser lido de duas maneiras. Na verdade, de muitas (“À sua maneira, este livro é muitos livros”, escreveu Cortázar no Tabuleiro de Direção), mas principalmente de duas maneiras (“mas é, sobretudo, dois livros”, completa Julio): como se lê qualquer livro, do capítulo 1 ao 2 e então ao 3 e por aí vamos, até o último; ou, então, pulando uma amarelinha capitular, começando do capítulo 73, partindo para o 1, continuando no 2 para dar um salto ao 116... seguindo uma (des?)ordem numérica que o próprio JC bolou.
                O texto que publiquei antes, aqui no Morellianas, sobre “O jogo...” foi escrito depois de jogar a amarelinha “castiça” (francamente absurdo pensar numa amarelinha castiça, mas mais de uma vez há alguém num livro de Julio Cortázar querendo alguma coisa castiça, geralmente o idioma espanhol): pedra no um, depois no dois etc. e cuidado pra não pisar fora da linha, pra não se perder do enredo e tudo o mais. Mas eu queria também apresentar aqui no Morellianas um texto sobre a outra forma de ler, por isso reli o livro, desta vez “aos saltos”.
                O enredo continua o mesmo, é claro, então podemos pular essa parte. O que interessa mesmo é como a história fica mais rica se a gente lê desse modo. Os capítulos prescindíveis às vezes se encaixam na linha cronológica, expandindo a história, e às vezes funcionam como um comentário irônico do que acabou de ser narrado num capítulo “não prescindível”. É claro que esses capítulos ainda vão estar lá se você ler como eu li da primeira vez (1, 2, 3, 4... e depois não parar nos três asteriscos e continuar lendo os prescindíveis), mas não é a mesma coisa, porque o contexto é tudo, che, falando num estilo meio Clube da Serpente. Não lendo esses capítulos entremeados com os primeiros 56, eles podem parecer piadas sem graça ou comentários non sense. Mas, acredite, Cortázar fez um grande trabalho ao escolher onde e como esses capítulos prescindíveis entram na obra. Para detalhes, a edição comentada (em espanhol) da editora Cátedra apresenta algumas notas que indicam as relações que os capítulos estabelecem entre si.
                É isso, pessoal. Ficou curto o texto, mas está na hora do meu mate com batatas fritas.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

26 anos sem Cortázar

Oi, pessoal!

Não tive tempo de escrever um texto especial para a data (pra quem não sabe, hoje faz 26 anos da morte do Cortázar), então posto aqui o link para um texto que publiquei, no ano passado, no meu blog pessoal, sobre o aniversário de 25 anos da morte dele.

http://textosdoguga.blogspot.com/2009/02/25-anos-sem-cortazar.html

Continuemos lendo Julio Cortázar para que seus pensares e sentires se espalhem por todos com um pouco de cronopiedade em si.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Influenciados por Cortázar


- Gabriel García Márquez cita o bebê Rocamadour em "Cem anos de solidão";

- No livro "Os lados do círculo", de Amilcar Bettega Barbosa, personagens formam "figuras", bem ao estilo Cortázar;

- No livro "Cordilheira", de Daniel Galera, além de Cortázar ser citado pela protagonista como um dos autores argentinos que já leu, o açougue de um dos personagens se chama Carnicería Cortázar;

- O grupo Gotan Project, em seu álbum Tango.3.0, tem uma música chamada Rayuela. Na canção, ouve-se trechos de textos narrados pelo próprio Cortázar;

- No clipe da música "Essa canção francesa", de Thiago Pethit e Tiê, a personagem que espera lê uma edição de "Rayuela"; além disso, os protagonistas parecem parecem fazer jus àquela frase, também de "O jogo da amarelinha": "Andávamos sem nos procurar, mas sabendo sempre que andávamos para nos encontrar"

- Na página 762 da edição nacional de "The Beatles: A biografia", de Bob Spitz, ficamos sabendo que muito provavelmente os Beatles leram "A auto-estrada do sul", já que, à época em que eles ofereciam livremente financiamentos para projetos culturais e "boas ideias em geral", alguém apresentou uma proposta de transformar esse conto de Cortázar em filme.

- A música "Tercer mundo", do grupo Secos & Molhados é um trecho do livro "Prosa do observatório" musicado.


Mais algum para a lista, pessoal?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Felicidade do cronópio blogueiro

*Azafamado (que é uma palavra que deve ser pega firmemente, pelos pés, para que não escape - pelo menos é o que o cronópio blogueiro imagina que o velho Julio Cortázar diria), o cronópio blogueiro escreve rapidamente, na velocidade das gotas que se esmagam mais rápido entre todas.*

Boas salenas, cronópios cronópios (e famas e esperanças, ainda que as primeiras só venham aqui pra criticar minha falta de método e as últimas nem devam ler esse blog, por preguiça)!Desculpem a ausência... Andava, pra dizer a verdade, meio discrente do blog, achei que ninguém o lia... Fiquei muito contente em entrar aqui e ver comentários animados. :)

Tenho novidades para postar, então em seguida volta com elas (amanhã, talvez, pra recompensar vocês que me seguem, mesmo sem ter postagens com frequencia muito certa. O que vem por aí:

1- O jogo da amarelinha II (leitura "aos saltos")
2- Salvo el crepúsculo
3- Novidades sobre lançamentos e reedições de livros de/sobre Cortázar.

Obrigado a todos pelos comentários bacanas! Me deram novo gás pra tocar o Morellianas! Ah, e se alguém quiser compartilhar uma visão diferente de algum livro, o Morellianas está aberto a participações.

Abraços!