quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cortázar na revista Piauí

Capa da edição nº58 da revista Piauí
Olá, cronópios e piantados. Desculpem a ausência nos últimos tempos. Estive meio atarefado além da minha capacidade. Por isso, só agora tive tempo de fazer um post sobre o tema.

A edição do mês passado da revista Piauí traz, além de uma inteligentíssima ilustração de capa (adoro essas coisas que, ao primeiro olhar, te parecem algo e, ao segundo, outra) uma matéria sobre Cortázar.

Com boa introdução de Davi Arrigucci Jr. (embora meio empolada e, pior de tudo, obedecendo a um tabu - não só de Arrigucci Jr. - que não entendo: fazer referência a Borges em textos sobre Cortázar. Um dia tenho de analisar isso mais profundamente), a matéria é composta, na verdade, de algumas das cartas há pouco publicadas em "Cartas a los Jonquières". Traduzidas para o português por Josely Vianna Baptista (que traduziu, também, "Os Autonautas da Cosmopista") as cartas dão uma ideia do valor desse livro que, acho eu, não veremos totalmente traduzido - embora se esteja traduzindo os últimos achados da obra Cortazariana, acho que por aqui ele só é apreciado (na média dos leitores) pelos contos "fantásticos".

Não faria sentido resumir toda a matéria da Piauí: apesar de curta, é cheia de conteúdos muito interessantes; sem falar que, caso não encontre em banca essa edição, dá para ler essa no site da revista.

O que mais me surpreendeu foi uma faceta meio... "psicanalítica" de Julio, em uma carta a Eduardo Jonquières. Embora um pouco freudiana de mais para o meu gosto, surpreende como JC se aprofunda na psicologia do amigo.

Relatos dos tempos financeiramente difíceis (Aurora e Julio chegaram a ter de racionar comida), também foram algo surpreendente para mim.

No mais, puro Cortázar: com seu fino humor, sua cultura, seus relatos cronopiais.

2 comentários:

  1. Valeu pela indicação. Não gosto muito da escrita do Arrigucci: o livro dele sobre Manuel Bandeira é por demais prolixo.

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  2. Oi, Mariana.
    Nunca li nenhuma obra inteira do Arrigucci Jr., nem "O Escorpião Encalacrado", que talvez já devesse ter lido. Mas fujo um pouco da crítica literária, porque minha ideia, aqui no Morellianas, é usar mais as sensações do que o intelecto.

    Pelo que li dele (introduções, artigos etc.) parece ser um cara inteligente, mas palavroso.

    Não deixe de conferir a matéria da Piauí, mesmo assim. O que o Davi escreveu é só uma introdução.

    Obrigado pelo comentário!

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