Pergunto-me se essa mesa redonda à qual se alude no título deste livro não será igual à que Cortázar se refere em "Lucas, suas discussões partidárias":
"Quase sempre começa igual, notável acordo político em montões de coisas e grande confiança recíproca, porém em algum momento os militantes não literários se dirigirão amavelmente aos militantes literários e lhes colocarão, por arquienésima vez, a questão da mensagem, do conteúdo inteligível para o maior número de leitores (ou ouvintes ou espectadores, porém sobretudo de leitores, oh sim)."
Há uma imagem da capa de "Viaje alrededor de una mesa" em "Cortázar de la A a la Z: Un Álbum Biográfico" (que acaba de sair), acompanhada de um breve trecho de uma carta a Vargas Llosa que faz referência a este mesmo encontro.
Creio que o argumento que Cortázar apresenta aqui é bastante similar ao que disse (em Cuba, originalmente) em "Del Cuento Breve y Sus Alrededores":
"Por minha parte, creio que o escritor revolucionário é aquele em quem se fundem indissoluvelmente a consciência de seu livre compromisso individual e coletivo, com essa outra so¬berana liberdade cultural que confere o pleno domínio de seu oficio. Se esse escritor, responsável e lúcido, decide escrever literatura fantástica, ou psicológica, ou volta ao passado, seu ato é um ato de liberdade dentro da revolução, e por isso é também um ato revolucionário mesmo que seus contos não se ocupem das formas individuais ou coletivas que adota a revolução. Contrariamente ao estreito critério de muitos que confundem literatura com pedagogia, literatura com ensino, literatura com doutrinação ideológica, um escritor revolucionário tem todo o direito de se dirigir a um leitor muito mais complexo, muito mais exigente em matéria espiritual do que imaginam os escritores e os críticos improvisados pelas circunstâncias e convencidos de que seu mundo pessoal é o único mundo existente, de que as preocupações do momento são as únicas preocupações válidas."
Saudações,
Chris
"Quase sempre começa igual, notável acordo político em montões de coisas e grande confiança recíproca, porém em algum momento os militantes não literários se dirigirão amavelmente aos militantes literários e lhes colocarão, por arquienésima vez, a questão da mensagem, do conteúdo inteligível para o maior número de leitores (ou ouvintes ou espectadores, porém sobretudo de leitores, oh sim)."
Há uma imagem da capa de "Viaje alrededor de una mesa" em "Cortázar de la A a la Z: Un Álbum Biográfico" (que acaba de sair), acompanhada de um breve trecho de uma carta a Vargas Llosa que faz referência a este mesmo encontro.
Creio que o argumento que Cortázar apresenta aqui é bastante similar ao que disse (em Cuba, originalmente) em "Del Cuento Breve y Sus Alrededores":
"Por minha parte, creio que o escritor revolucionário é aquele em quem se fundem indissoluvelmente a consciência de seu livre compromisso individual e coletivo, com essa outra so¬berana liberdade cultural que confere o pleno domínio de seu oficio. Se esse escritor, responsável e lúcido, decide escrever literatura fantástica, ou psicológica, ou volta ao passado, seu ato é um ato de liberdade dentro da revolução, e por isso é também um ato revolucionário mesmo que seus contos não se ocupem das formas individuais ou coletivas que adota a revolução. Contrariamente ao estreito critério de muitos que confundem literatura com pedagogia, literatura com ensino, literatura com doutrinação ideológica, um escritor revolucionário tem todo o direito de se dirigir a um leitor muito mais complexo, muito mais exigente em matéria espiritual do que imaginam os escritores e os críticos improvisados pelas circunstâncias e convencidos de que seu mundo pessoal é o único mundo existente, de que as preocupações do momento são as únicas preocupações válidas."
Saudações,
Chris
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